Olá, meu nome é Karine, tenho 25 anos, nasci em
França. Estou aqui para contar um grande milagre de Deus na minha vida.
Tudo começou quando
tinha 9 anos de idade. A minha vida tornou-se um inferno. Surgiram alguns
problemas difíceis na minha vida e na altura, como criança que era, não soube
lidar com a situação, então comecei a fechar-me e afastar-me das pessoas. Com
essa idade, já não vivia mas sobrevivia. A partir de então tudo mudou e comecei
a envolver-me com coisas que não devia até mais ou menos os 19 anos. Pensei que o
tabaco, o álcool e até mesmo as drogas me iriam ajudar. Com o passar do tempo apercebi-me que isso não
me servia de nada. Fui fazendo
tentativas de suicídio, mas nunca fui bem sucedida porque ou acordava de manhã e
reparava que afinal não tinha conseguido levar a cabo o meu intento, ou alguém
vinha em meu socorro na hora certa. Na última tentativa, fui hospitalizada num
centro onde havia muitos jovens como eu. O normal era ficar no máximo 3
semanas, eu fiquei uns bons meses, sempre a tentar acabar com a minha vida,
mesmo naquele lugar, e só me deixaram sair porque disseram que não valia a pena
continuar lá mais tempo, achavam que mais tarde ou mais cedo conseguiria acabar
com minha vida. Então fui embora. A minha dor
era tão grande e eu não sabia como aliviá-la, que fui acumulando tudo e não falava com ninguém.
Num dia de grande
desespero, comecei a fazer o que se chama: “Cutting” ou
auto-mutilação. Muitas pessoas
podem não perceber o que significa ou porque é que as pessoas o fazem:
“A lógica deste
comportamento baseia-se na crença de que uma dor superior alivia uma dor menor,
ou seja, se me dói um dedo, essa dor terá pouca importância se entretanto
partir uma perna! Sendo assim, a dor de um corte na barriga, nos braços, onde
for, irá proporcionar um breve esquecimento do sofrimento da alma.” - in
Amar-Ela por Dra. Daniela Mann
Pegava numa lâmina de barbear e cortava-me para aliviar a dor que
sentia. Enquanto a dor no braço durava, a minha cabeça não
pensava em mais nada. Mas quando a dor desaparecia, recomeçava o terror na
minha mente. Não conseguia esquecer. Então voltava a cortar-me. Também usei
cigarros para me queimar. Escondia isso de toda a gente que é o que fazem os
jovens que praticam “Cutting”: Calam-se. Todos os dias me cortava e cada vez
mais fundo. Passava noites e noite sem dormir.Um dia vim para
Portugal pensando que aqui conseguiria acabar com isto tudo e finalmente
morrer. Ao chegar aqui, fui a uma igreja evangélica, não por querer ajuda ou
porque me interessasse, mas porque estava a viver com minha avó e não queria
que ela se apercebesse de nada, então acompanhei-a. No fim do culto a Esposa do
Pastor Michel Cruz, a ir. Dina, veio ter comigo porque apercebeu-se que eu não
estava bem. Mas mantive-me calada. Ela pegou no meu braço e apercebeu-se do que
eu fazia e em vez de criticar (o que muitos fariam), tratou dele. Mas quando
chegava a casa o pesadelo continuava, então eu arrancava as ligaduras e voltava
a ferir-me. Isso durou uns meses mas ela nunca perdeu a paciência. No meio
disso tudo, ela falava-me de Deus, que era um Deus capaz de curar as minhas
feridas interiores, de um Deus de amor… Fui continuando a ir à igreja sem
esperar por milagre nenhum. Mas comecei a
aperceber-me que as pessoas eram diferentes, olhavam para mim com uns olhos
meigos, vinham abraçar-me…Isso tocou muito a minha
vida. Havia ali uma diferença. A irmã Dina e o Pastor Michel sempre estiveram ao
meu lado e sempre oraram por mim.Passado meses,
voltei a aprender a comer, reaprendi a chorar e aprendi a desabafar. Também aceitei Jesus na minha vida.
Foi a melhor coisa que me aconteceu até hoje. Ai, comecei a ver os milagres acontecerem. Deixei de me
auto-mutilar porque aprendi a confiar em Deus e isso mudou tudo. As
feridas que tinha no coração começaram a fechar-se. Pouco a pouco comecei a
viver de novo. Ainda hoje, nos momentos mais complicados, sei que Ele está
perto de mim, ouve-me e responde. Ele está sempre presente.Hoje, tenho amigos
em quem posso confiar, tal como o Pastor Michel, a esposa Dina, os filhos, os
Jovens da minha igreja, mas acima de tudo, em Deus que nunca me abandonou. Quem
ler este testemunho, não fique a pensar que este milagre só me aconteceu a mim
porque se calhar merecia. Não, eu não mereci nada. Deus é que teve misericórdia
de mim e o que Ele fez por mim, também o pode fazer por si. Deus abençoe.
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